14.5.09

A ponte é uma passagem, para a outra margem...

A ponte é uma passagem
para a outra margem.
É uma travessia real ou virtual,
uma escolha
uma vida.
Uma passagem segura ou insegura,
depende da construção,
da estrutura e da fundação.
A ponte é uma passagem
para a outra margem,
para outra escolha,
outra experiência,
outra aventura.
A ponte é uma passagem
para a outra margem,
objectivo difuso,
uma miragem.
Jafumega (1980)

13.5.09

Quando o luxo vem sem etiqueta...


O tipo desce na estação de metro de NY vestindo jeans, t-shirt e boné, encosta-se próximo à entrada, tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem na hora rush matinal. Durante os 45 minutos que tocou, foi praticamente ignorado pelos transeuntes, ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares. Alguns dias antes Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam a 'bagatela' de 1000 dólares.A experiência, gravada em ví­deo, mostra homens e mulheres de andar rápido, copo de café na mão, telemóvel ao ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferentes ao som do violino. A iniciativa realizada pelo jornal The Washington Post era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte. Conclusão: estamos acostumados a dar valor às coisas só quando estão num contexto. Bell era uma obra de arte sem moldura. Um artefacto de luxo sem etiqueta de glamour.
Somente uma mulher reconheceu a música...

Sinto-me preso no cubo "mágico" português !!!


Socorro, estou preso e sinto-me perdido no cubo "mágico" portugês que é bem quadrado como o País que temos! Nós os cidadão anónimos comuns seremos os quadradinhos mais "piquenos" que nele habitamos. Ele o cubo é mágico, porque para alguns dos seus outrora anónimos comuns habitantes, subitamente permite-lhes obter um pouco de tudo, poder, riqueza, justiça, saúde, etc. Na verdade deve de ser igualmente magnético tal a força de atracção predilecta manifestada perante certos quadradinhos de determinadas cores! Enfim e perdoem-me o meu arcaico saudosismo, que saudades dos tempos da vida simplesmente projectada a preto e branco...

18.9.08

A minha companhia de seguros não existe !?


Ora aqui está em anexo um belíssimo artigo baseado no testemunho real do autor quando quis "comunicar" com a sua companhia de seguros, que por sinal parece ser representada num qualquer balcão de um dos Bancos presente na nossa "praça" ...

Leiam, pois certamente alguns de vós já o sentiram igualmente na pele ou se ainda ainda não aconteceu, fica aqui o alerta para que resistam o mais possível à recente "germinação" qual cogumelos de oferta de seguros automóvel via PT, Net ou agora também pela Sonae via Continente (sim o hipermegamercado) !!!

Desculpem-me o desabafo, mas enquanto profissional do ramo segurador, devidamente avalizado e acreditado pelo Instituto de Seguros de Portugal e temendo cada vez mais pelo futuro da minha classe (Mediador), tenho que aqui nestas linhas tentar desmistificar certas ideias que a dita concorência vem publicitando nos demais meios de comunicação Nacionais.

Para começar, temos o "popular" apresentador de Reality Shows Zé Pedro Vasconcelos a interpelar transeuntes na rua, e a fazer simulações no imediato; o "hilariante indivíduo" da N que parece ter uma predilecção para fazer trocadilhos com a palavra seguro; a LOGO então em termos fonéticos parece bater todas as outras aos pontos, é só "logo isto", "logo aquilo", sempre quero ver é se quando tiverem de pagar as indemnizações por sinistro também serão para pagar "logo de imediato" ou se será "logo à tarde" ou "mais logo"!?; quanto ao Continente parece que a estratégia adoptada parece ser uma espécie de "barraquinhas" ligadas on-line a um simulador sendo o interlecutor do tipo, ein? oi? a siguradora é a du Béumiro!

Caríssimos, apesar da vertente preço ter hoje em dia um peso muito significativo no factor descisão, será este o grau de profissionalismo, atendimento, experiência, aconselhamento, que pretendem assumir para os vossos contraros de seguro!?
Podemos escrever uma carta, ligar para o call center, queixarmo-nos ao provedor ou usar o Livro de Reclamações...
Atender clientes é uma chatice. Não quando eles entram, escolhem, pagam e se vão embora. É uma chatice quando querem fazer perguntas, quando fazem exigências ou (pior) reclamam. Atender estes clientes demora tempoe, no fim, eles nem compram nada. è tempo perdido, uma quebrade produtividade. Por isso o melhor é fugir destes clientes como o diabo da cruz. Há técnicas que as empresas usam para evitar perder tempo a falar com os clientes. Uma delas são os sistemas de atendimento telefónico, onde uma voz gravada nos dá nove hipóteses que não queremos e não percebemosantes de chegar ao "para falar com um operador marque zero". Há clientes persistentes, mas os que chegamao fim da gravação já perderam o tempo deles a ouvir a gravação em vez de gastar o tempo de um empregado a sério. Em muitas empreas, seja qual for a opção escolhida, vamos dar a um call center onde ou temos a a sorte de ter um problema corriqueiro a resolver, cuja resposta aparece logo no computador do operador, ou nos espera uma via-sacra que nos prova que a) o nosso problema não existe b) nós não existimos c) a empresa para onde estamos a ligar não existe. Posso dar como exemplo aminha companhia de seguros, que não existe, apesar de lhe pagar os prémios dos meus seguros há anos. O que faço quando preciso de falar com a minha seguradora? Dirijo-me ao meu banco, onde a minha gestora de conta conhece uma pessoa que sabe de uma senhor que tem um conhecimento na minha seguradora. A comunicação é difícil, mas possível. Penso que a minha seguradorahá uns anos deve ter testemunhado contra a Máfia e e ncontra-se neste momento em parte incerta, num programa de protecção de testemunhas. Também posso ligar para um call-center e falar com um rapaz que conhece uma pessoa que sabe de uma senhora que tem uma amiga que trabalha na minha seguradora (pelotempo e pela hesitação das respostas quando eu ligo, noto que vão passando palavra uns aos outros), mas não é tão prático para comunicar como publicar anúncioscifrados na secção de mensagens pessoais do 24 Horas. Nunca me quiserem dizer a moradada companhia de seguros e obtenho respostas simpáticas do género "Ai, quando quiser falar com a companhia de seguros pode tratar de tudo aqui com o banco!" Da última vez que abordei a questão ia decidido a conhecer a identidade da empresa que me diz que me paga se a minha casa arder, mas pelo olhar do outro lado do balcão percebi que corria o risco de acrdar Guantánamo. Balbuciei um pretexto e saí. A verdade é que é cada vez mais difícil falar com "alguém responsável" numa empresa. Já não é possível "chamar o gerente" porque no front office só há recrutas. Se insistirmos, temos a possibilidade de "escrever uma carta", ligar para o call center, queixarmo-nos ao provedor ou usar o Livro de Reclamações... mas talvez não valha a pena. Os nossos mails recebem respostas automáticasdizendo que " A sua mensagem é importante para nós e iremos dar toda a atenção às suas sugestões", mas às nossas perguntas remetem-nos para a página de FAQ do nosso site". Vivemos assim numa sociedade cada vez mais anónima, mergulhados numa burocracia repressiva que, em vez de tentar calar-nos, não nos ouve. A filósofa Hannah Arendt definia a burocracia como o regime em que ninguém é responsável por nada e acrescentava que, se a tirania é o regime onde o governo não responde perante ninguém, então a burocracia é a forma de governo mais tirânica de todas.
José Vitor Malheiros in Expresso

6.2.08

Clã - Sexto Andar


Uma canção passou no rádio
E quando o seu sentido
Se parecia apagar
Nos ponteiros do relógio
Encontrou num sexto andar
Alguém que julgou
Que era para si
Em particular
Que a canção estava a falar

E quando a canção morreu
Na frágil onda do ar
Ninguém soube o que ela deu
O que ninguém
estava lá para dar

Um sopro um calafrio
Raio de sol num refrão
Um

13.6.07

Santo Antoninho...

Ó meu rico Santo António
Faz de mim um bom menino,
Eu só quero ser presidente,
Mas sem o apoio do Mário Lino.
António Costa, candidato PS à CML
A Bragaparques é o meu calvário
E Lisboa o meu partido,
Se não me ponho a pau com o DIAP
Ainda sou mais que arguido.
Carmona Rodrigues, candidato independente à CML

Se dizem que o Santo faz falta
É porque ainda não me conhecem.
Façam de mim presidente
E vão ver que não me esquecem.
Zé Sá Fernandes, candidato BE à CML
Ó Santo António de Lisboa
Não tires férias e vai votar
Porque agora é que é a sério
O que dantes era a brincar.
Fernando Negrão, candidato PSD à CML
Ilumina-me o caminho,
Ó Santo António de Lisboa
Se me elegeres vereador
Até te arranjo uma gaja boa.
Telmo Correia, candidato CDS à CML